Itaú pode lucrar quase o mesmo valor que três bancões juntos no 3T25; veja estimativas para os dividendos

04/11/2025
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Banco mantém bom momento e mercado calcula a possibilidade de dividendos extraordinários (Por Bruno Andrade)

O Itaú deve lucrar entre R$ 11,78 bilhões e R$ 11,93 bilhões no terceiro trimestre de 2025, dizem analistas da Ágora Investimentos, Genial Investimentos, Banco Safra e UBS BB. Em um cenário macroeconômico desafiador para o setor bancário, o banco deve se manter isolado na liderança, com o maior resultado entre os pares e um lucro próximo da soma dos concorrentes.

A estimativa mais conservadora para o balanço do Itaú aponta para lucro de R$ 11,78 bilhões. O Santander lucrou R$ 4 bilhões no período. O Bradesco teve ganhos de R$ 6,2 bilhões. Já a perspectiva mais conservadora para o Banco do Brasil, que divulgará seus resultados em 12 de novembro, é de um lucro de R$ 3,22 bilhões.

Somando, os três grandes concorrentes do setor devem lucrar R$ 13,42 bilhões. Ou seja, o Itaú deve lucrar 87,77% dos resultados de seus concorrentes somados, conforme as estimativas conservadoras das casas e os balanços já auferidos no trimestre. O banco gerido por Milton Maluhy Filho deve apresentar seus resultados na noite desta terça-feira (4).

Para a Ágora Investimentos, mesmo que o Itaú seja um grande destaque na comparação anual, com crescimento de 10,4% do lucro, os analistas esperam que o banco reporte resultados razoavelmente estáveis na comparação com o segundo trimestre de 2025. Isso porque tanto a margem com clientes quanto a margem com o mercado devem se contrair, enquanto as provisões provavelmente permanecerão praticamente estáveis.

A Ágora calcula lucro líquido de R$ 11,78 bilhões para o Itaú no 3T25, alta anual de 10,4%. Já na base trimestral o crescimento deve chegar a 2,4%. A corretora estima uma margem financeira de R$ 31,72 bilhões no terceiro trimestre de 2025, avanço de 9,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.

“As receitas de tarifas e seguros devem apresentar um desempenho forte, mas podem ser compensadas pelo aumento das despesas operacionais decorrentes do acordo coletivo de trabalho”, dizem Marcelo Mizrahi, do Bradesco BBI, e Renato Chanes, da Ágora Investimentos, que assinam o relatório em conjunto.

O Safra estima um lucro líquido do Itaú de R$ 11,8 bilhões no terceiro trimestre de 2025, avanço de 10,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. A perspectiva do Safra para a rentabilidade, medida pelo Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE, na sigla em inglês), é de 23,2% no terceiro trimestre de 2025, alta de 0,5 ponto porcentual na comparação com o mesmo período do ano passado. A inadimplência acima de 90 dias deve ficar em 1,98%, baixa de 0,62 ponto porcentual na comparação com o mesmo período do ano passado.

“Projetamos uma expansão sequencial explicada por uma menor alíquota de imposto, enquanto projetamos um lucro antes de impostos (EBT) praticamente estável em R$ 16,96 bilhões. Quanto à carteira de empréstimos, a forte concessão de linhas de crédito governamentais para Pequenas e Médias Empresas (PMEs) deverá continuar sendo o principal motor de crescimento. No entanto, prevemos um aumento de 0,17 ponto porcentual na inadimplência de PMEs”, dizem Daniel Vaz, Maria Luisa Guedes e Rafael Nobre, que assinam o relatório do Safra.

O UBS BB projeta o maior ganho para o banco, de R$ 11,93 bilhões no terceiro trimestre de 2025, alta de 11,8% na comparação com o mesmo período de 2024. Em média, os analistas estimam rentabilidade do Itaú (ROE) de até 23,2%, crescimento de 0,5 ponto porcentual em relação ao ano anterior.

“Estimamos que as margens se expandam um pouco e que não haja deterioração significativa na qualidade dos ativos no trimestre. Os dados do Banco Central do Brasil têm mostrado uma tendência de deterioração na inadimplência nos últimos meses. Ainda assim, o Itaú registrou um sólido desempenho na qualidade dos ativos no ciclo de crédito anterior, o que provavelmente se repetirá no segundo semestre de 2025”, afirmam Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Beatriz Shinye, que assinam o relatório do UBS BB.

A Genial Investimentos calcula que as Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) devem encerrar o ciclo de julho a setembro de 2025 em R$ 9,3 bilhões, avanço de 12,9%. “Ainda assim, o indicador de inadimplência deve seguir em patamar historicamente baixo e reforçar o diferencial do Itaú em controle de risco frente aos pares”, afirmam Eduardo Nishio, Luis Degaspari e Luis Assis, que assinam o relatório.

Itaú deve pagar dividendos extraordinários?

Os analistas do UBS BB explicam que um dos pontos do trimestre a ser observado é a materialização dos dividendos extraordinários do Itaú. O banco calcula que com o ROE de 23,2% no terceiro trimestre de 2025, a companhia deve entregar uma geração adicional de capital. Com isso, o índice de capital principal do Itaú (CET 1) ficou em 13,4%, representando um excesso de capital de aproximadamente R$ 21 bilhões.
“Essa quantia pode virar dividendos extraordinários no balanço do quarto trimestre de 2025”, apontam Thiago Batista, Olavo Arthuzo e Beatriz Shinye.

O UBS BB calcula um retorno em dividendos para o Itaú de 8,3% nos próximos 12 meses. Ainda assim, o UBS é conservador e prefere não recomendar o ativo devido ao preço que ele é negociado. O UBS BB tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 41,00 para os próximos 12 meses, alta de 3,95% na comparação com o fechamento de sexta-feira (31), quando a ação encerrou o pregão a R$ 39,44.

Já a Ágora Investimentos prevê um rendimento em dividendos de 10,4%. A corretora estima que o ROE do Itaú deve ser sustentável, visto que ele continuará se beneficiando do investimento em tecnologia realizado nos últimos anos, o que levou a ganhos de eficiência. Os analistas lembram que, durante o Investor Day, a administração destacou que o Itaú conseguiu melhorar seu índice de eficiência em 10 pontos percentuais por década nas últimas três décadas.

“Prevemos que essa tendência continue em 2026 e além. Notavelmente, estamos aumentando o índice de eficiência do banco em 1,53 pontos percentuais em 2026 e em 1,10 pontos percentuais em 2027”, explicam Marcelo Mizrahi, do Bradesco BBI, e Renato Chanes, da Ágora Investimentos.

A Ágora tem recomendação de compra para o Itaú com preço-alvo de R$ 45,00, alta de 14,1% na comparação com o fechamento de sexta-feira (31). O Safra também manteve a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 46, avanço de 16,63% em relação ao último fechamento. O Safra calcula um rendimento em dividendo para o Itaú de 8,7% para os próximos 12 meses.

A Genial também recomenda compra com preço-alvo de R$ 43,80, acréscimo de 11,05% na comparação com o fechamento de sexta-feira. Os analistas dizem que o banco segue como a principal escolha no setor. Diante da consistência dos resultados, resiliência operacional e do bom desempenho da instituição financeira.

Os analistas avaliam que as ações do Itaú seguem atrativas, sustentadas pela perspectiva de dividendos extraordinários e pelo desempenho consistente do banco. A maioria recomenda compra e projeta continuidade do bom momento da companhia. Ainda assim, um dos especialistas ouvidos adota postura mais cautelosa e orienta o investidor a agir com parcimônia. (Fonte: e investidor)

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