Em nota, Febraban reafirma apoio a manifesto à democracia e diz respeitar posição de Banco do Brasil e Caixa

03/09/2021
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Bancos ameaçaram deixar o grupo caso houvesse assinatura da entidade no documento. Federação diz ainda que a Fiesp não consultou as demais entidades que assinaram o texto antes de suspender sua divulgação.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nota nesta quinta-feira (2) dizendo que reafirma apoio ao manifesto que pede harmonia entre os poderes e que respeita posição do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal de se posicionarem "contrariamente à assinatura" do documento. (Leia a íntegra da nota no fim da reportagem)

Além da Febraban, a carta contava com a assinatura de cerca de 200 entidades de classe – entre elas a Associação Brasileira de Agronegócio (Abag), o Instituto de Desenvolvimento do Varejo (IDV), a Fecomercio e a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). A divulgação estava prevista para terça-feira (31) e faria críticas à crise institucional entre os poderes Executivo e Judiciário.

Como noticiou o blog do Valdo Cruz, o manifesto "A Praça é dos Três Poderes" foi mal recebido no Palácio do Planalto, pois trazia recados claros na direção do presidente Jair Bolsonaro. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, sugeriu, inclusive, que os bancos deixassem a entidade se o manifesto fosse divulgado com a assinatura da federação.

Na segunda-feira (30), a Febraban havia dito que não participou da elaboração de texto que "contivesse ataques ao governo ou oposição à atual política econômica". Na nota desta quinta, a entidade diz que aprovou a versão apresentada "dentro de um contexto plurifederativo de entidades representativas do setor produtivo e cuja única finalidade é defender a harmonia do ambiente institucional no país".

"A Febraban confirma seu apoio ao conteúdo do texto que aprovou, já de amplo conhecimento público, cumprindo assim o seu papel ao se juntar aos demais setores produtivos do Brasil num pedido de equilíbrio e serenidade, elementos basilares de uma democracia sólida e vigorosa", diz a nota.

A Febraban diz ainda que a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) não consultou as demais entidades que assinaram o manifesto antes de suspender sua publicação. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, avisou a ministros do governo Bolsonaro que faria o adiamento. O motivo da suspensão foi, justamente, a reação do próprio governo.

"Diante disso, a Febraban avalia que, no seu âmbito, o assunto está encerrado e com isso não ficará mais vinculada às decisões da Fiesp, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto", afirma o texto.
A Fiesp afirma que "dezenas de outras entidades" manifestaram interesse em assinar e, por isso, as adesões continuarão ao longo desta semana.

Leia a íntegra da nota da Febraban
A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) reafirma o apoio emprestado ao manifesto "A Praça é dos Três Poderes", cuja adesão se deu, desde o início, dentro de um contexto plurifederativo de entidades representativas do setor produtivo e cuja única finalidade é defender a harmonia do ambiente institucional no país.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) assumiu a coordenação do processo de coleta de assinaturas e se responsabilizou pela publicação, conforme e-mail dirigido a mais de 200 entidades no último dia 27 de agosto.

A FEBRABAN considera que o conteúdo do manifesto, aprovado por sua governança própria, foi amplamente divulgado pela mídia do país, cumprindo sua finalidade. A Federação manifesta respeito pela opção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que se posicionaram contrariamente à assinatura do manifesto.

Diante disso, a FEBRABAN avalia que, no seu âmbito, o assunto está encerrado e com isso não ficará mais vinculada às decisões da FIESP, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto.

A FEBRABAN confirma seu apoio ao conteúdo do texto que aprovou, já de amplo conhecimento público, cumprindo assim o seu papel ao se juntar aos demais setores produtivos do Brasil num pedido de equilíbrio e serenidade, elementos basilares de uma democracia sólida e vigorosa.
(Fonte: G1)

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