Desigualdades entre mulheres e homens são debatidas em mesa com a Fenaban

16/03/2021
/
1476 Visualizações

Ontem (15), período da tarde, foi realizada reunião virtual da Contec (Confederação Nacional dos Bancários) com a Comissão Bipartite de Diversidade da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). O Paraná esteve representado nessa reunião por diretores da Federação (Feeb-PR) e de sindicatos filiados.

Sobre o tema, um ano após a aprovação do canal de atendimento às bancárias vítimas de violência, a mesa bipartite temática de Igualdade de Oportunidades fez uma avaliação da conquista. Nesse tempo, mais de 120 casos foram atendidos.

O canal de atendimento é trabalho que o movimento sindical bancário vinha fazendo bem antes. Está em construção, mas já é importante porque está fazendo mulheres vítimas de violência se sentirem acolhidas. Foram 128 casos desde abril.

Além do canal de atendimento, faz parte do acordo negociado com os bancos um programa de treinamento para os funcionários. Esse programa também prevê a formação do quadro dos gestores. O objetivo é que eles saibam identificar o que é a violência, seja psicológica, patrimonial ou física.

DESIGUALDADES
Outra parte do debate da mesa foi sobre cobranças feitas à Fenaban. Apesar das bancárias terem obtido conquistas importantes ao longo de anos de luta da categoria, a desigualdade entre homens e mulheres ainda perdura. Estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese) mostra que, no ritmo atual, as mulheres bancárias levarão 88 anos para que seus rendimentos se equiparem ao dos colegas homens.


No estudo, apresentado durante a reunião, está registrado que em 2003, a diferença da remuneração média entre homens e mulheres no setor bancários era de 26,08%. Em 2018, a diferença era menos, mas estava em 21,75% No mercado de trabalho brasileiro, a diferença é de 18%, menor do que no setor bancário.

EXCLUSÃO
A desigualdade também afeta as bancárias na ascensão profissional. O estudo do Dieese mostra que é maior a proporção de homens com mais de três promoções na carreira, de 31,7%, contra 19,9% das bancárias. Na reunião foi cobrado também mais informações sobre o aceso das mulheres aos novos empregos na área de tecnologia. No Itaú, por exemplo, foram contratadas em 2020 cerca de 4 mil pessoas entre cientistas de dados, engenheiros e equipes de Tecnologia da Informação (TI).

O estudo do Dieese também mostra que as mulheres negras são as maiores vítimas da desigualdade. Em 2020, a taxa de desocupação das mulheres não negras era de 13,5%, enquanto que a das mulheres negras era de 19,8%. A mulher negra precisa trabalhar o dobro do tempo do que um homem branco para ter a mesma renda.
PANDEMIA
A pandemia também foi tema da reunião. As mulheres foram as mais afetadas na pandemia. Existe a cultura que o trabalho doméstico é da mulher.  Os homens precisam compartilhar todas as responsabilidades. Além disso tem o aumento da violência doméstica nesse período da pandemia. As mulheres sofreram mais com a violência e ficaram com sobrecarga de trabalho em casa.

Sobre a pandemia da covid-19, o presidente da Federação dos Bancários do Paraná (Feeb-PR) e do Sindicato de Cascavel e Região, Gladir Basso, voltou a defender a inclusão da categoria bancária entre os grupos prioritários para também receber a vacina contra o novo coronavírus. “Os bancários estão na linha de frente do atendimento à população. Além disso, trabalham em ambientes fechados e de grande circulação e aglomeração de pessoas, o que coloca em risco a saúde não apenas dos bancários, mas também do público (clientes e usuários dos bancos)”, justificou Gladir Basso, lembrando que tanto a Contec (Confederação Nacional) como a Federação do Paraná, encaminharam ofícios ao Ministério da Saúde e, no caso do Paraná, ao governador Ratinho Júnior e ao secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, requisitando essa prioridade de vacinação contra a covid-19 também aos bancários


COMPARTILHE

NOTÍCIAS RELACIONADAS