Segundo entidade, operação pode resultar em perdas significativas para o erário por envolver banco público; documento destaca ‘riscos financeiros’ que podem comprometer sistema financeiro nacional (Por Por Cícero Cotrim (Broadcast)) O Sindicato dos Bancários de Brasília (Bancários-DF) enviou ofícios aos 24 deputados distritais contra a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), anunciada em 28 de março. Os documentos, elaborados com base em uma análise do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), foram obtidos com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.
“O Dieese, em sua análise detalhada das demonstrações financeiras do Banco Master, que ora segue anexo, destaca uma série de riscos financeiros que envolvem essa transação, os quais podem comprometer não apenas a saúde financeira do BRB, mas também o sistema financeiro nacional como um todo”, diz o ofício, assinado pelo presidente do Bancários-DF, Eduardo Araújo.
Entre os principais pontos, a entidade destaca o risco de liquidez e a alta exposição do Master ao Fundo Garantidos de Crédito (FGC); a concentração de ativos do banco em precatórios e elevada dependência em poucos devedores; o risco de transferir passivos do Master para o BRB, que é um banco público; e a possibilidade de que os resultados do Master não sejam sustentáveis.
“Esses pontos são preocupantes não apenas para os trabalhadores e trabalhadoras do setor bancário, mas também para a cidadania e a sociedade como um todo, que podem ser afetados por eventuais consequências financeiras dessa fusão”, diz a entidade. “A operação envolve um banco público e pode resultar em perdas significativas para o erário, conforme exposto nas alegações da imprensa e nos estudos financeiros realizados.”
O sindicato destaca que a compra do Master não foi aprovada por órgãos responsáveis, como a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) e uma assembleia-geral do BRB. Segundo o Bancários-DF, a Lei das Estatais determina que qualquer operação que resulte na participação de uma empresa pública por empresa privada depende de autorização legislativa.
“A falta de aprovação tanto pela CLDF quanto pela assembleia-geral do BRB coloca em questão a legalidade da operação, representando um descumprimento de normas fundamentais de governança corporativa e de controle público”, diz o sindicato. “Essa situação coloca em risco não só a conformidade legal da transação, mas também a responsabilidade fiscal e a transparência na gestão pública.” (Fonte: Estadão)
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