MP do Trabalho adverte presidente da Caixa por constranger funcionários a fazer flexões

17/12/2021
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Direção é acusada também de impor ideologia política no banco público, pressionando empregados a não usar vermelho, cor associada ao PT (Por Socialista Morena)

O procurador Paulo Neto, do Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal e Tocantins, advertiu o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, que se abstenha de constranger os funcionários a fazer flexões em eventos do banco, como aconteceu nesta terça-feira, 14 de dezembro, ou será alvo de investigação do órgão. Durante o evento Nação Caixa, realizado no hotel Bourbon em Atibaia-SP, Guimarães, imitando Jair Bolsonaro, convoca os funcionários para que se posicionem para a flexão e começa a contar os movimentos, como se pode comprovar em vídeos que circulam nas redes sociais.

Na recomendação, o procurador solicita a Guimarães que, “na condição de presidente da Caixa Econômica Federal, abstenha-se de submeter os empregados do banco público a flexões de braço e a outras situações de constrangimento no trabalho ou dele decorrente, sob pena de instauração de procedimento investigatório no Ministério Público do Trabalho e adoção de medidas administrativas e/ou judiciais cabíveis para a correção da conduta, sem embargo das responsabilizações civil, criminal e administrativa pelo eventual descumprimento da presente notificação”.

O MPT respondeu a uma denúncia feita por funcionários da Caixa, que disseram ainda ter sido “obrigados a fazer performances similares, numa demonstração feita para um militar que deu palestra para os participantes do encontro presencial”. O militar presente era o coronel da reserva e assessor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, Adriano de Souza Azevedo.

O vídeo com as cenas das flexões foi anexado a uma denúncia ao MPT feita pelo movimento sindical bancário e pela Fenae (Federação das Associações do Pessoal da Caixa) em que Pedro Guimarães é acusado de assédio moral contra os funcionários do banco. Uma das acusações diz respeito à pressão da atual direção da CEF sobre os empregados para a comercialização das ações da Caixa Seguridade nas agências bancárias.

Para manter o “padrão de excelência” da Rede de Varejo da Caixa, as marcações no piso das agências, que organizam as filas e mantêm o distanciamento, devem ser feitas na cor azul. “Jamais vermelho!”, destaca o comunicado interno do banco

De acordo com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, houve pressão, inclusive, para que os próprios empregados comprassem as ações da Caixa Seguridade e, para que isso se concretizasse, Guimarães chegou a autorizar a antecipação de salários dos bancários. A pressão se confirma pelo fato de o presidente da Caixa ter comemorado, em discurso na Bovespa, que 55 mil empregados da Caixa haviam adquirido ações da Caixa Seguridade.

A publicação dos vídeos com as flexões por veículos da imprensa disparou outras denúncias dos empregados, segundo a Fenae. Eles alegam que a direção do banco quer impor ideologia política na instituição e que são pressionados a não usarem vermelho, cor associada ao Partido dos Trabalhadores. Um comunicado interno do banco confirma as denúncias. Para manter o “padrão de excelência” da Rede de Varejo, as marcações no piso das agências, que organizam as filas e mantêm o distanciamento, devem ser feitas na cor azul. “Jamais vermelho!”, destaca o comunicado.

“Assédio moral não é novidade desde que Pedro Guimarães assumiu. O que é novo é ele não se preocupar em esconder que faz. Já está escrachado”, criticou Dionisio Reis, diretor do Sindicato e bancário da Caixa. “Durante o evento fez diversas outras atividades como se fossem motivacionais, mas na verdade é tudo intimidação.”

Outra preocupação dos sindicalistas é o uso da CEF e de recursos financeiros do banco pelo presidente para promoção pessoal. “Ele usa a Caixa como palanque, para se promover. Viaja o Brasil todo se promovendo. As provas estão todas no Instagram dele”, denunciou Dionisio. De fato, em seu Instagram, é possível ver que Pedro Guimarães não para em Brasília: esta semana estava em São Paulo, na outra em Minas Gerais, na anterior na Bahia… E, em todas as atividades que faz em nome do banco, aparece em primeiro plano, ferindo o princípio da impessoalidade no exercício do cargo. (Fonte: Forum)

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